quinta-feira, 29 de abril de 2010

Richard Bona - Munia: The Tale

Nascido Bona Pinder Yayumayalolo, este camaronês distinto cedo demonstrou as suas aptidões para o fascínio das artes musicais. Logo em criança começou destramente a tocar balafon, instrumento idiofone de origem africana, tendo construído a sua primeira guitarra com recurso a cabos de aço de travões de bicicleta. Umas belas e fortes cordas que não deveriam deixar os mimosos dedos em muito bom estado...
Foi na igreja e no seio familiar que Bona deu os primeiros passos da sua carreira. Cedo também reconheceu que era totalmente limitativo o lugar onde vivia, confrontado com o impulso a que desejava dar asas.
A audição de Jaco Pastorius veio a tornar-se determinante para o seu futuro e para o percurso a partir daí encetado. Partiu para Paris, onde se dedicou ao estudo musical durante sete anos, tendo em simultâneo colaborado com vários músicos, tais como Didier Lockwood, Marc Ducret, Manu Dibango ou Salif Keita.
Insaciável na procura de conhecimento e na aprendizagem do jazz, parte para Nova Iorque e por lá vai esbanjando os seus talentos a par de Larry Coryell, Steve Gadd, Pat Metheney, Georges Benson, Bobby McFerrin, Brandford Marsalis e muitos outros.
Este seu disco é um composto de todas as suas vivências, desde o berço até aos clubes de jazz e aos palcos dos grandes festivais.
O trecho que escolhi e coloquei na Caixinha de Música é exemplo disso mesmo. Está lá tudo, o jazz, o seu folclore natal, algum pop-rock escorreito, muita fusão e sempre executados com uma flutuante elegância.

Munia

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pietra Montecorvino - Napoli Mediterranea

Este é um disco de canções napolitanas, algumas delas sobejamente conhecidas, trauteadas e que moram nas lembranças dos que já contam mais de quarenta anos de idade. Ouvimo-las cantadas por Peppino Di Capri, Claudio Villa, Renato Carosone ou mesmo por Caruso e Pavarotti. O Sole Mio ficou célebre na voz de Elvis Presley e com troca para It's Now Or Never.
O grande trunfo de Pietra e de quem a produziu, foi o de pegar em canções estafadas e revigorá-las com roupagens do outro lado do Mediterrâneo. Há uma alma rouca e sentida à mistura com ecos árabes.
Esta foi a primeira vez que sobre este disco falei.
É pena que Pietra não se firme em qualidade perene, objectiva e se perca, por vezes, por paragens duvidosas. Esta inconstância não a faz perder o brilho que remanesce de toda a sua carreira, mas impede-a de granjear maior notoriedade.

Pietra