sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sierra Maestra - Rumbero Soy


Já com quase quarenta anos de actividade, Sierra Maestra é um dos mais emblemáticos grupos da música tradicional cubana.
Competência, renovação e devoção aos melhores símbolos musicais e à memória colectiva, são atributos em que assentam as suas referências.
Para este álbum convidaram alguns ilustres nomes, dos quais quero salientar os do saudoso Ibrahim Ferrer, da grande, grande Omara Portuondo e do guitarrista americano, sempre curioso pela variedade cultural, Marc Ribot.
Há cheirinho transversal a Buena Vista, o que só lhes fica bem.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Madeleine Peyroux - Bare Bones


Madeleine Peyroux vem a propósito do novo álbum de Ana Moura que surgirá a público no próximo dia 12 de Novembro. Logo que soube que seria Larry Klein o produtor desse disco, lembrei-me dum punhado de produções que levou a cabo e por entre elas encontrei este belíssimo trabalho da cantora/autora americana.
Quem a não conhece, basta ouvi-la nos primeiros vocais para logo despontar a memória de Billie Holiday. Embora outras boas lembranças nos sejam activadas, só esta bastaria para prender a nossa atenção.
Estamos perante um smooth jazz elegante, envolvente e sedutor, próprio para longas noites de Outono ou Inverno, onde à música se podem associar uns bons bebericos, uma cálida lareira e uma agradável companhia.
Para quem julga que apenas dedico atenção a músicas doutros mundos...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Dino Saluzzi & Anja Lechner - Ojos Negros


Este disco belíssimo junta o bandoneon de Dino e o violoncelo de Anja, sem qualquer músico adicional.
Ao contrário de Piazzolla, que nunca se afastou dos ritmos do tango, mesmo que sabiamente brincasse com eles, Saluzzi procurou nas cordas da violoncelista clássica um encaixe mais fluido e menos sujeito à característica da dança.
A génese não desaparece, mas o tango surge espraiado, com sincopados dispersos, ocasionais e tudo é poético na expressão, mesmo desprovida de palavra.
Agora que o Verão está a despedir-se, este é um disco outonal, perfeito para sossegar em distantes meditações ao cair da tarde.

Ojos Negros

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Burhan Öçal & The Trakya All Stars - Oynamaya Geldik


Programações, metais, muitas vozes de permeio, violino omnipresente, tambores troando e sincopando, caracterizam, no fundamental, este disco possante. Não podemos, contudo, omitir o piano, instrumento  também tocado por Burhan quando se desliga das percussões que domina de forma magnífica.
Funky cigano, muito groove que vai da primeira à última faixa. 
Este saliente músico de origem turca que já viveu nos Estados Unidos e na Suiça, move-se em áreas diversas, desde o jazz até à clássica.
Durante dez anos acompanhou Joe Zawinul (Weather Report) no seu projecto de jazz sinfónico. Tem tido uma intensa actividade distribuída por bandas e ensembles, querendo eu evidenciar por questões de identidade, a sua colaboração com a nossa pianista Maria João Pires.
Se tiverem um pouco de curiosidade, semelhante à minha, poderão procurar um extenso manancial produtivo deste excelente músico. Podem começar por aqui...

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Djeli Moussa Diawara & Bob Brozman - Ocean Blues


From Africa to Hawaï é o subtítulo deste belo disco onde se cruzam a kora e a slide guitar num cativante registo plural. São dois amigos que partilham um incomensurável prazer de fazer música, sobrepondo e unindo sons que cada um deles levou na bagagem.
Cantam-se e tocam-se blues e outras composições de raiz africana em peculiares junções com ambientes indianos ou caribenhos.
Onze temas a descobrir e manipulados pelo génio de um guitarrista/etnólogo americano e de um outro mestre da kora guineense.
Há momentos de grande intensidade emocional onde a musicalidade latente nos leva a sentir uma certa pele de galinha. E não há melhor sinal de emoção para nos denunciar. Ou talvez não. Uma lágrima é sempre muito mais embaraçante.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Alfredo Marceneiro - Quadras Soltas


Como já ouvi ou li, Marceneiro não é, ou foi, um fadista qualquer, ele é o próprio Fado!
Não poderia estar mais de acordo com tal apreciação.
Tardiamente me dei conta do seu extraordinário valor, mas ao longo dos anos tenho procurado saber sempre mais do homem e da sua obra.
Este disco é uma súmula muito condensada de todo o seu percurso. São apenas nove fados reunidos e editados pela editora Ovação e apenas três deles eram fados tradicionais. A par de um Mouraria, de um Corrido e de um Vianinha, esta diminuta colectânea engloba seis fados compostos por ele e que viriam posteriormente a ser declarados também tradicionais e designados pelo seu apelido artístico, já que o de nascença foi Duarte.
A sua voz é única! Delicada, quebrada, entoada com sotaque, frágil e arrebatadora, comovente, esta voz canta belos poemas de Henrique Rêgo e Fernando Teles. Acompanham-no, entre outros, os mestres Carvalhinho e Chainho. Não era fácil fazê-lo, pois Marceneiro era imprevisível, alterando métricas, improvisando, encurtando ou alongando compassos, deixando guitarristas e violas inúmeras vezes em situações emergentes.
É mais do que justa esta minha pequena contribuição para a divulgação deste artista gigante, mas ainda desconhecido para muitos.
Atrevo-me, de quando em vez, a cantar um dos seus mais belos fados e que foi escolhido para abrir esta breve colectânea, O Pagem. Foi também a minha selecção e que incluo na Minha Caixinha de Música para vossa atenta audição.
Silêncio que se vai cantar o fado...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Karim Baggili Quartet - Cuatro Con Cuatro


Nasceu belga e com descendência jordana e jugoslava. Diz mais a sua biografia que é um autodidacta do alaúde.
Começou nas cordas com a guitarra eléctrica, aprendeu a técnica da guitarra flamenca e quando foi às suas origens árabes encontrou o afecto por esse velho e fascinante instrumento.
A música de Karim passeia-se por pátios andaluzes, estende-se pelos áridos planaltos das arábias, serpenteia pelas cordilheiras balcânicas, envolve-se de toques ocidentais e ainda navega por alguns ritmos latinos.
Fui atraído para este disco através da audição dum clássico nele incluído e que já ouvira em diversas vozes e numa miríade de arranjos. Trata-se de La Llorona de Chavela Vargas que Joan Baez, Lila Downs e a minha eterna amada Lhasa de Sela cantaram, entre tantos outros. Foi, no entanto, nos longínquos anos 60 que escutei, pela primeira vez, esta canção deliciosa numa versão mediocremente pastiche que roçava o ridículo, interpretada por António Calvário.
A abordagem de Karim ao tema é sublime e honra bem a autora desta alegoria a uma das grandes lendas fantasmagóricas da América latina.
O álbum é predominantemente instrumental e as poucas incursões da voz, como no tema referenciado, são de extremo bom gosto. A ouvir sem moderação.

terça-feira, 5 de junho de 2012

The Dirty Dozen Brass Band - Funeral For a Friend


Vinte e sete anos vão desde a fundação da banda até à edição deste álbum e trinta e cinco até aos dias de hoje. Para trás ficaram mais de uma dezena de discos, com o último a ter saído no pretérito mês de Maio.
A DDBB poderia ser mais uma banda de rua de Nova Orleães, mas foi e vai mais longe, abrangendo diversas formas e estilos, revelando uma sonoridade ainda mais rica, consequência de tantas fontes. 
Foi nesta liberdade de procura que a DDBB edificou a sua estrutura, o que lhe valeu sobressaliente reconhecimento.
Percorrendo as faixas, da primeira à última, vamos deparar-nos com abordagens ao gospel, ao jazz, à soul, ao funk, ao R&B, sempre bem dentro do espírito da banda de rua destinada às celebrações populares. Mas, aqui e ali, outras influências podem suscitar agradável surpresa.
Aos trombones, trompetes, saxofones, sousafones (esses imponentes instrumentos idealizados por John Philip Sousa) e percussões, foram ainda adidas uma guitarra e o acordeão do sempre imprevisível David Hidalgo. 
Os Davell Crawford Singers aparecem sempre que o gospel entra na festa.
O disco é dedicado ao tubista e deles amigo Anthony "Tuba Fats" Lagen, falecido logo após a sua gravação.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Niño Josele - Paz


Descobri Niño ao ouvir o soberbo álbum Mi Niña Lola de Concha Buika. A par de Javier Limón, um rapaz da mesma idade, ajudou-a a erguer uma obra notável. 
Josele é um guitarrista andaluz da nova vaga de músicos que rondam esse símbolo grandioso da cultura espanhola que é o flamenco. Só quando escolhi este disco para incluir nesta minha página e andei a vasculhar a net à procura de informação sobre ele é que fiquei a saber que já actuou ao lado de gente famosa como Elton John, Lenny Kravitz ou Alicia Keys. Quem diria...
Foi, no entanto, no flamenco que evoluiu e dividiu estúdios e palcos com Paco de Lucia, Duquende, Enrique Morente ou Diego El Cigala.
Este seu álbum de 2006 é uma obra diferente, onde aborda o jazz de forma singular, prestando tributo a um dos seus maiores representantes e a um dos meus preferidos. É aqui feita a recriação de vários temas fulcrais de Bill Evans e a sua transposição para a guitarra. Não seria, à partida, tarefa fácil, dada aquela harmonia peculiar, envolvente e doce do piano do músico ímpar que lhe serviu de inspiração. O que daí resultou decerto agradaria ao ilustre autor.
Tal como o título sugere, este é um momento de grande serenidade e beleza infinita, ideal para quem procura paz ou que bem nela se sente.
Aproveito a ocasião para, através deste tributo, homenagear o músico brilhante que recentemente nos deixou com tanto ainda por fazer.
À memória eterna de Bernardo Sassetti.

Paz

terça-feira, 8 de maio de 2012

Cankisou - Gamagaj

A banda teve origem em 1999 e foi formada por gente ligada ao rock. Não foi, contudo, por essa via que se viriam a destacar. Foi preciso enveredarem por outros caminhos musicais para solidificar um projecto bem engendrado.
Não me peçam para definir o que são, o que tocam e que estilos praticam. Têm mesmo que ouvir e tirar as vossas próprias conclusões, se é que o vão conseguir. Eles intitulam-se como uma banda de fusão étnica.
Há por aqui a base rock, confundida com sonoridades ska, indianas, mongóis, sempre envolvidas por metais caracteristicamente balcânicos e com a saliência da voz poderosa do seu vocalista.
Uma dúzia de anos depois e com cinco discos de originais editados, estão no patamar superior da sua carreira e a entrar nos cartazes de inúmeros festivais de música.
Estes checos endiabrados fazem questão de referir que não usam loops, samples ou quaisquer outros efeitos electrónicos. É tudo energia pura e pela minha parte, neste contexto, não vejo que falta fariam.


Gamagaj

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Andy Palacio & The Garifuna Collective - Wátina

Mais do que um músico brilhante, Andy Palacio foi um divulgador do seu pequeno país e da sua peculiar cultura. Natural do Belize, antigas Honduras Britânicas, território encravado entre o México e a Guatemala, cantou na língua garifuna, um dialecto com misturas de francês, espanhol e doutros caribenhos. 
A sua sonoridade está prenhe de elementos das cercanias. Vislumbram-se a cada passo, sons dos países já citados, mais outros de Cuba, da Jamaica e até dos Estados Unidos. A unir todas estas combinações, está sempre, latente ou manifesta, uma doce tonalidade africana.
Foi embaixador cultural, agraciado pela Unesco e galardoado pela sua música e pela sua actuação cívica.
Esteve anunciada a sua presença no Festival de Sines, na sua edição de 2008, naquele que seria o seu primeiro concerto em Portugal e onde iria apresentar o seu último disco, este que aqui vos deixo.
Em 19 de Janeiro desse mesmo ano, viria a sucumbir a um forte avc, despedindo-se prematuramente de todos quantos amavam a sua música e o seu exemplo de vida. Tinha apenas 47 anos de idade.
Ouçam uma música diferente e façam deste meu singelo tributo uma forma maior de o homenagear.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

The Rustavi Choir - Georgian Voices

É sabido o meu particular fascínio pela voz, a solo ou em grupo. Este coral caucasiano já existe desde 1968 e foi a concretização dum projecto de Anzor Erkomaishvili, cantora e investigadora georgiana. O seu intuito era o de quebrar limites étnicos e agrupar todo o folclore tradicional das antigas tribos da Geórgia. O canto é a capella, sintetizando em nove elementos o que normalmente era cantado por grandes grupos corais. 
Estamos perante música influenciada pelas culturas europeias e asiáticas, já que o istmo as separa, mas também as une. Persas, romanos, árabes, mongóis, turcos ou russos, todos por ali passaram e de algum modo lá deixaram as suas marcas indeléveis.
A polifonia é baseada em três vozes repartidas pelos nove elementos do coro. Pontualmente surgem acompanhamentos de cordas de instrumentos tradicionais como o chonguri ou o phanduri. Apesar de arcaicos, estes cantos revelam uma modernidade insólita que despertou o interesse de Stravinsky.
A selecção de temas que compõem o álbum é da própria Anzor e do britânico Ted Levin e foram retirados da antologia 100 Georgian Folk Songs.
Os temas escolhidos incluem canções de trabalho, de festividades várias, cânticos litúrgicos e outros relacionados com o quotidiano popular.
Já com mais de vinte anos de edição, este é um disco intemporal e fundamental para a história da música popular euro-asiática.



quinta-feira, 22 de março de 2012

L'Ham de Foc - Cor de Porc

Assaz importante, este último álbum que editaram antes da sua dissolução em 2007. Estiveram em Portugal, no Festival Med de Loulé, nesse mesmo ano.
O núcleo duro da banda era formado pela dupla Mara Aranda e Efrén López, multi-instrumentistas e compositores valencianos.
É perfeitamente notória a influência do mar no efeito final da música que produzem. Pequenas e grandes impressões tónicas oriundas das culturas banhadas pelo Mediterrâneo, podem ser claramente referenciadas ou subtilmente observadas.
Num périplo iniciado em Valência, seguindo pelas costas de Marrocos, Argélia, Tunísia, Egipto, Líbano, Síria, Turquia, Bulgária, Grécia, Itália e França, chegamos de novo a Espanha bem providos de toda a miríade de sonoridades, inclusive de outras bem mais longínquas. 
Mistura-se a gaita galega com o saz turco, a sanfona com a tabla, o bendir com a tampura e mais uma porção vasta de encontros mais ou menos expectáveis.
Mara e Efrén continuaram separadamente as suas carreiras, mas ainda não tive ocasião de consultar as manobras que desde aí encetaram. Por muito proveitosas que sejam, não tiram o sabor a pouco que o legado da banda deixou.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Eneida Marta - Lôpe Kai

Está previsto que o seu novo disco seja editado no decorrer deste ano, conforme pude ouvir pela sua própria boca, numa pequena entrevista dada na RTP-África. São mais de dez anos de carreira que já leva, apesar do seu conhecimento em Portugal ser minguado.
Este é o seu terceiro álbum, saído em 2006, editado em França e que ditou a sua maior exposição internacional. Com a sua inclusão na programação oficial da Womex 2008, o futuro estaria consolidado.
As suas colaborações com outros músicos de díspares origens são também sintomáticas da qualidade que emana. Rui Mingas, Manecas Costa ou Uxia são exemplos do que atrás referi.
Nasceu na Guiné-Bissau mas tomou Portugal como sua casa e seu local de trabalho. As suas biografias indicam que se move por vários ritmos africanos. No entanto, não será difícil de descortinar, aqui e ali, outros elementos do gospel americano ou porções jazzísticas.
A amostra que disponibilizo foi premiada e incluída na compilação "Acoustic Africa" da Putumayo. Enquanto não chega o seu novo trabalho, aqui vos deixo um pretexto para aguçar apetite das novidades que estão para vir.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Radicanto - Lettere Migranti


Os Radicanto falam-nos de migrações através de composições de raiz com o aproveitamento de cartas de emigrantes italianos e respostas de amigos e familiares.
São passados trazidos para o futuro, para não deixar morrer a lembrança dos que fugiram à fome e à miséria, deixando tudo para trás, família e terra.
Tal como nós, portugueses, os italianos partiram para a América e para África em busca de vidas melhores.
São cartas de sofrimento, de saudade e, muitas vezes, de despedida. São pequenos trechos que os Radicanto musicaram em homenagem àqueles que foram em viagem para o desconhecido, num tremendo misto de esperança e temor.
A sonoridade que envolve todo o disco vem das correntes mediterrânicas, sempre ricas e cálidas, onde o bandolim das tarantelas encontra o bouzouki das rebetika (tradicionais gregos).
Mas apesar de ser uma obra evocativa desses tempos difíceis, não é de longe, nem de perto, um álbum triste. Ouçam e confirmem.

Radicanto

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Lhasa - La Llorona

Reposição de post que estava escondido sem disso me ter apercebido. No passado dia 1 de Janeiro já fez dois anos que partiu, para nossa eterna saudade... 


Nunca se falou tanto de Lhasa como agora, a capital do Tibete. Foi nela que os pais desta se inspiraram para a apelidar. Nascida em Big Indian, estado de Nova Iorque, com ascendência mexicana, panamiana, polaca, francesa e espanhola pela parte do pai, libanesa, escocesa e judia russa pela parte da mãe!!! Nómadas por opção, viajando pelos Estados Unidos e México, pais e três filhas foram vivendo sobre rodas, uma vida que muitos sonham para um relativo tempo, mas que poucos assumem com intrepidez para padrão existencial. Lhasa de Sela escolheu o Canadá para iniciar a sua carreira musical. Depois juntou-se às suas irmãs, em França, para se devotar às artes circenses. Em 2001 encontrei num jornal uma referência bem elogiosa ao seu primeiro álbum a solo, este que ora vos deixo. Sem sequer o ouvir, arrisquei a encomenda. O instinto não me ludibriou. La Llorona mistura tradicionais sul-americanos com originais bebidos da música mexicana. Outro dos discos que guardo na minha montra de oiro. Voz profunda, dorida, lamentosa, mas luminosa e quente. Tive o grato prazer de assistir a um concerto seu e só posso dizer que foi um dos melhores do meu currículo. Quanto à fidelidade sonora, não tenho dúvidas, o melhor! Com a ajuda agradecida de Vasco Sacramento (Sons em Trânsito) traduziu a apresentação do espectáculo para português, ajudando todo o público a embrenhar-se graciosamente no encanto das suas palavras e música. Soberbo!!!



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Amal Murkus - Amal

Comecemos então o ano com música oriunda do Levante.
Amal é palestina tendo optado por viver em Israel para aí se dedicar à divulgação da música e da cultura do seu território natal. Cantora, actriz e polivalente em áreas de intervenção social e política, tem sido reconhecida em todas essas valências com prémios e aplausos um pouco por todo o mundo.
Este seu primeiro disco reflecte todas as suas influências que vão do folclore palestiniano, às músicas dos países banhados pelo Mediterrâneo, passando por algumas alegorias mais ocidentais. No caso patente do trecho que deixo como aperitivo na Minha Caixinha de Música, Amal penetra nos blues, no funky e no improviso, para nos brindar com aquelas misturas de saudável promiscuidade de que tanto gosto. Os arranjos e a produção atingem gabarito superior no acoplar à sua emotiva e bela voz.