São passados trazidos para o futuro, para não deixar morrer a lembrança dos que fugiram à fome e à miséria, deixando tudo para trás, família e terra.
Tal como nós, portugueses, os italianos partiram para a América e para África em busca de vidas melhores.
São cartas de sofrimento, de saudade e, muitas vezes, de despedida. São pequenos trechos que os Radicanto musicaram em homenagem àqueles que foram em viagem para o desconhecido, num tremendo misto de esperança e temor.
A sonoridade que envolve todo o disco vem das correntes mediterrânicas, sempre ricas e cálidas, onde o bandolim das tarantelas encontra o bouzouki das rebetika (tradicionais gregos).
Mas apesar de ser uma obra evocativa desses tempos difíceis, não é de longe, nem de perto, um álbum triste. Ouçam e confirmem.
Radicanto