quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Inti-Illimani - Andadas

Um grupo que é uma verdadeira instituição e que encontra paralelo em Cuba com a Orquesta Aragon, ou com os Chieftains na Irlanda. Contemporâneos de Victor Jara e influenciados pela nova abordagem da música tradicional chilena, da qual um dos nomes maiores é Violeta Parra, formam-se em 1967, editando os primeiros discos no ano seguinte. Depressa ganham estatuto e tornam-se aliados culturais do regime de Salvador Allende. O reconhecimento internacional chega logo a seguir e os concertos pela América Latina e pela Europa também. O golpe militar de 1973, liderado por essa figura sinistra chamada Pinochet, apoiado pelos americanos, derruba o sistema democrático e aniquila o presidente. Por essa ocasião andam em tournée pela Europa, e sem possibilidade de voltar a casa a salvo de represálias, decidem residir em Roma e aí continuar a sua carreira. Após quinze longos anos de exílio, regressam ao Chile em Setembro de 1988, onde são recebidos apoteoticamente no aeroporto de Santiago, por uma multidão que entoa as suas canções e o hino nacional.
A união durou até 2005, até que irresolúveis divergências musicais e estratégicas levam à cisão do grupo. Por resolução judicial são impedidos de usar o nome original e nascem assim os Inti-Illimani Histórico e os Inti-Illimani Nuevo. As propostas divergem mas ambas mantêm qualidade e respeito pelo passado comum.
Em Andadas ainda podemos ouvir a voz emblemática de Max Berru, co-fundador do grupo e que viria a retirar-se em 1997. Música chilena com saibos latinos vizinhos que se prolongam até ao México.

Andadas

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Oi Va Voi - Laughter Through Tears

Uma das grandes virtudes da pop actual é que franqueou as suas alas e deixou-se imbuir das sonoridades escondidas, reveladas pela magnífica globalidade da divulgação e da procura. Ao contrário de outras correntes musicais que se mantiveram dentro das suas rígidas fronteiras e com pouca disponibilidade para aventuras, a pop penetrou noutras áreas, buscou motivos e ofereceu a sua eterna juventude.
Esta banda londrina soube fazer essa junção de forma escorreita, partindo da influência judaica e da música klezmer, proveniências latentes de alguns dos seus elementos, e distribuindo esses sinais pela eminente e transversal pop que constroem.
Num grande misturador, coloque-se rock, dance, trip-hop, klezmer, gypsy, Europa Central, Médio Oriente, electrónica, clarinetes, trompetes e violinos. Se isto não der para ter uma ideia mais precisa, então é crucial ouvi-los e proceder à avaliação do resultado de todo este mistifório. Acreditem que vale bem a pena!
Foi por esta altura que os descobri...

L T Tears