quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Amaro Del - Baro Than

Esta banda sérvia, sediada em Belgrado, é quase desconhecida na Europa. Para além de uma ou outra incursão no mercado de concertos em pequenos espaços na Áustria, Alemanha, Holanda e Suiça, as suas apresentações estão praticamente confinadas ao seu país e à Roménia. Estamos perante a música cigana tradicional, captada e arranjada por gente de gosto sensível e técnica invejável. Composta por Branislav Spasojevic, voz principal e líder, Milena Bozovic, contrabaixo e voz principal, Darko Zheheli, guitarra e coros, Marko Milovanovic, guitarra e coros, esta banda destaca-se pela beleza simples que produz. Em conversa netiana que mantive com Branislav, já lá vai um par de anos, este mostrou uma grande vontade de tocar em Portugal, pois apenas conhece Lisboa e por outros motivos. Já transmiti este seu desejo a um agente português, mas não é fácil apostar em bandas quase desconhecidas, ainda mais em tempo de crise. Vê-los e ouvi-los ao vivo, seria uma gratificante experiência, a juntar ao sempre ávido desejo de deparar com o diferente e com a fascinação.
Eis a primeira referência feita aqui por mim aos Amaro Del.

Baro Than

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Mônica Salmaso - Iaiá

Foi com Mônica Salmaso que aqui me iniciei nos comentários discográficos, tendo eleito este seu trabalho como um dos melhores que ouvi em 2007. Mônica é intérprete por excelência e exclusividade, dando um cunho particular e incisivo aos temas que escolhe para cantar. Tem feito a sensata e inteligente opção de se aliar a músicos e compositores de nível superior. Só para exemplificar posso acrescentar aqui os nomes de Edu Lobo, Guinga, Baden Powell, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Arnaldo Antunes, Naná Vasconcelos, Toninho Ferragutti ou Chico Buarque, mas muitos mais haveria.
Este foi um daqueles discos que entrou em mim duma assentada, tirando o fôlego, criando vontade de repetir e guardado sempre à mão. Aos temas de domínio público, juntou composições de Jobim, Jair do Cavaquinho, Buarque, Joyce, Caymmi, Tom Zé e outros, num harmonioso painel de música popular. Mônica, como sempre, faz-se acompanhar de um lote excepcional de instrumentistas que provocam, em ligação à sua voz única, uma fascinante viagem sónica pelo Brasil popular. Arranjos, harmonias, voz de afinação, colocação irrepreensíveis e timbre distinto, são razão directa para proporcionar uma obra destacada e bela.
A sua participação activa na Orquestra Jazz Sinfónica de São Paulo e na Orquestra Popular de Câmara, são mais duas grandes causas que abraçou em prol da música da sua terra. Devidamente reconhecida? Se calhar, não!

Iaiá

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

LHASA DE SELA


APENAS HOJE O SOUBE E GOSTARIA QUE NEM O SOUBESSE OU QUE DE UM TERRÍVEL EQUÍVOCO SE TRATASSE. MAS É A IRREMEDIÁVEL VERDADE E A PROFUNDA INJUSTIÇA. UMA DAS MINHAS MAIS QUERIDAS CANTORAS FALECEU NO DIA PRIMEIRO DE JANEIRO COM APENAS 37 ANOS...
RESTA-ME A LEMBRANÇA, ATÉ AO FIM DO MEU FIM, DE, NUMA NOITE ENCANTADA, A TER PODIDO ESCUTAR E VER, NAQUELE QUE TERÁ SIDO, PARA MIM, UM DOS MAIS BONITOS ESPECTÁCULOS DE SEMPRE.
LHASA, UMA VOZ IMORTAL!
Mais um ano de músicas ficou para trás, deixando na lembrança muitas audições, alguns concertos e firmando este projecto em que me lancei. Desejo e espero que 2010 continue a proporcionar-nos o ensejo de encontrar por esse mundo fora, formas musicais que nos mantenham despertos para uma paixão que faz parte da nossa vida e sem a qual não podemos viver. Falo por mim em forma plural, sabendo que muitos outros partilham deste ideal.
Um excelente ano para todos quantos me visitam, com muita felicidade e muita música para nosso encanto!