domingo, 26 de dezembro de 2010

O MELONAUTA 2010

Se me perguntarem se 2010 foi um ano perfeito para mim, direi que nem de perto. Teve pontos altos que me atiçaram e pontos baixos que me abateram. Aliás, será este o imperfeito normal do comum dos mortais. É do balanço final que fazemos chegados a estes derradeiros dias, quem se der a esse labor, que de forma recapitulativa encontramos os picos das nossas vivências. Tive de tudo um pouco. Algumas frustrações, um punhado de realizações, algumas tristezas e angústias, encontros, desencontros e reencontros, alegrias e pinceladas de felicidade que tudo amainaram. O ano está a findar de forma serena e muita bonita. A minha família, a minha companheira de sempre, os meus filhos para sempre, o meu neto adorado (causador de extremos sentimentos), e alguns dos meus melhores amigos proporcionaram-me o melhor Natal de que tenho memória. Com menos presentes de embrulho, mas com muito amor recebido e ofertado. Valeu vivê-lo!
Todos os anos faço uma resenha da música ouvida e dos espectáculos assistidos, culminando essa apreciação global num CD que tenho o grato prazer de oferecer a um punhado de queridos amigos que tem a amabilidade de aturar a minha forma de ser. Desta vez, vou também disponibilizar essa colectânea a todos os que me visitarem e estiverem interessados nas coisas musicais que ouvi durante o ano. Umas bem recentes, outras mais antigas, mas todas elas marcantes no meu constante evolutivo conhecimento. São dois discos, mais capas e interiores, onde poderão encontrar outros pormenores sobre as minhas escolhas.
Resta-me agradecer a todos os que chegaram até este meu blogue e que de alguma forma deixaram a sua opinião ou aproveitaram as publicações, contribuindo para a minha vontade de prosseguir.
E que venha 2011!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Kila & Oki - Kila & Oki

Os Kila são a banda de Rónán Ó Snodaigh e seus compinchas, que há mais de vinte anos se vem dedicando à renovação e propagação da música tradicional irlandesa. Embora a sua carreira não tenha tido a visualidade merecida, facto infelizmente comum, o legado que vão deixar é de um valor indefinível.
A junção que fizeram da sua música com a de Oki, tocador de tonkori, instrumento de corda da tradição Ainu, povo da Ilha de Hokkaido/Japão, revela o assombro da feliz conjugação dos sons emanados e irmanados. Da Irlanda vêm as uilean pipes, o bodhrán, o dulcimer, o tin e o low whisles. Do nordeste japonês, o tonkori de Oki. Mas, pelo meio, aparecem-nos o djembe africano (percussão), a darabuka árabe (percussão) e o didjeridu (sopro) dos aborígenes australianos.
Deste encontro entre Ocidente e Oriente, desta aventura afortunada, desta partilha de tradições e culturas, dimana uma obra de singular expressão que deverá ser escutada com os sentidos bem despertos. Ficamos ali pelo meio, entre o passado e o presente, com um ouvido no futuro.

K & O