quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tcheka - Nu Monda

Tcheka é duma simplicidade desarmante, o anti-ídolo. o músico no seu canto, empenhado no essencial, transmitir as suas palavras crioulas e os sons que da ilha de Santiago consigo transporta. Foi essa a imagem que dele guardei. Um menino grande, quase envergonhado, que se solta para espraiar toda a musicalidade de que está imbuído.
Para quem associa a música cabo-verdiana apenas às mornas e às coladeras, este disco é fundamental para acrescentar os funanás e os batuques. O mar dividiu o arquipélago e as populações das ilhas tomaram diferentes rumos culturais que lhes chegaram por avito legado.
No primeiro contacto com a sua música, descortinei algumas semelhanças com o guitarrista de origem nigeriana Keziah Jones (Olufemi Sanyaolu), na forma percutida imitando o chamado slapping que é utilizado nas guitarras-baixo.
Muitas das suas composições vão da dolência ao frenesim, vogando ritmos, com a sua voz terna e rouca, deslizando por falsetes, sempre dominante.
Já conhecia este álbum quando assisti ao concerto promocional daquele que viria a seguir, Longi, disco produzido por Lenine e gravado no Brasil, onde são notórias as influências dessas opções. Ouçam os dois. Só saem a ganhar.

Nu Monda

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